segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rodoviária de Salvador vira mercado de alface

Sábado, dia 16, quando cheguei na rodoviária de Salvador para viajar pro interior, avistei um colorido diferente do habitual. Era alface. Isso mesmo. Três vendedores com três carros de mão repleto de pés de alface ornamentavam a entrada principal da estação e lançavam, assim, o mais novo ponto de comércio informal da cidade. “Dois reais”, diziam para os clientes que se aproximavam meio tímidos. Perplexo com a cena, saquei minha câmera da sacola e, discretamente, registrei a novidade. 

Eles vendiam sem cerimônia, com a tranquilidade de quem ocupa legalmente um dos boxes de qualquer feira livre de Salvador. Apareceu um guarda local, falou-lhes alguma coisa e, ao concordaram, desapareceu. Eles atenderam prontamente os clientes que aguardavam e, em seguida, deslocaram-se não mais que cinco metros, arrumando novamente suas barracas-ambulantes em fila, agora disputando o espaço com pessoas que aguardavam por um taxi. Outro guarda. Passa olhando, faz que vai comentar alguma coisa, desaparece também.

Curioso ainda mais, sigo na direção dos vendedores para acompanhar a proeza e tentar fazer novas fotos. Desisto da câmera, passo por perto de um deles, admiro a beleza e o verde resplandecente dos alfaces. “Vamos ficar aqui?”, questiona um jovem do grupo. “Claro, vamos sair por quê?”, responde um mais velho. Novos clientes se aproximam e eu me afasto para comprar minha passagem. Antes de sumi, olhei novamente aquele verde forte que se sobressaia entre pessoas e carros e dava outra cara ao local. Se a moda pega, vai ser um pepino pra resolver!

Texto e foto: Josevaldo Campos