domingo, 29 de maio de 2016

Espetáculo “EGOTRIP - Ser ou não ser? Eis a comédia” diverte público em viagem cheia de aventuras


Um espetáculo surpreendente para rir do início ao fim. Assim pode ser egocentricamente resumida a peça “EGOTRIP – Ser ou não ser? Eis a comédia”, em cartaz na Casa da Cultura de Euclides da Cunha.

Com um cenário no mínimo curioso ao fundo (só assistindo para conferir e entender), a narrativa conta as peripécias de quatro amigos da capital, individualistas, sobretudo nas suas individualidades, que decidem viajar, fazer uma trip para uma cidadezinha do interior com o objetivo de encontrar e recuperar um suposto “anel de nobreza” que pertence à família de um deles.

Com um texto divertidíssimo, assinado por João Sanches, a trama reúne diversas situações cômicas e embaraçosas envolvendo os personagens durante a viagem. Além disso, o espetáculo trata de alguns temas, digamos assim, mais atuais, a exemplo do preconceito social, homossexualidade, drogas e autorrrealização, sem perder, contudo, o fio da comédia. 



Não há como não destacar o personagem gay “Lucinho Discreto”, responsável por levar o público ao riso ininterrupto e arrancar aplausos vigorosos. Durante toda a apresentação, os atores representam diversos personagens, chegando até mesmo a um único personagem ser representado por todos os quatro atores. O resultado é intrigante. 


Algumas situações narradas seriam trágicas se não fossem cômicas. Acidentes e roubo de carro, ameaça de morte, atropelamentos, término de relacionamento... Aliás, eis outro ponto muito bom do espetáculo. Algumas especificidades do interior também não passaram despercebidas.

Impossível descrever aqui o quanto vale à pena assistir a peça. Eis a questão! Por isso, este domingo, 29 de maio, às 20h, é sua última oportunidade de conferir.


O espetáculo tem trilha ao vivo de Leonardo Bittencourt e conta com um elenco estelar da nova geração do teatro baiano - Igor Epifânio, Alexandre Moreira, Jarbas Oliver e Rafael Medrado, que já integraram grandes sucessos de bilheteria como “Entre Nós - Uma comédia sobre diversidade” (Prêmio Braskem de Melhor Espetáculo, Melhor Texto e Melhor Ator, em 2013); “A Bofetada”, “Os Cafajestes”, “Siricotico” e “Camila Backer”.


Eis uma questão que precisa ficar clara: essa é uma avaliação pessoal, egocêntrica do espetáculo.

Josevaldo Campos - Jornalista



segunda-feira, 18 de abril de 2016

“Alguns de nós chegaram a receber milhões pra votar a favor do impeachment”, revelam deputados

A manchete desse texto, por enquanto, é fictícia, e qualquer semelhança com a realidade ainda é mera coincidência. Contudo, devemos lembrar: a história se repete.

É comum no mundo todo as pessoas cometerem erros conscientemente e depois, hipocritamente, pedir desculpas e fazer de conta que nada grave aconteceu antes. Lembro-me do caso dos veteranos da Segunda Guerra Mundial, que apoiaram o nazismo com veemência e recentemente decidiram, em público, reconhecer o erro cometido e pedir perdão.

Tudo seria perfeitamente compreensível e aceitável, afinal todos têm o direito de se redimir e ao perdão, a uma segunda chance, não fosse um detalhe importante e que não se deve esquecer: as inúmeras pessoas que foram assassinadas injustamente em decorrência do apoio inconsequente destas pessoas.

Ontem, com a votação e aprovação na Câmara dos Deputados pela continuidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e os argumentos nada convencionais tampouco convincentes dos parlamentares pró-afastamento, criou-se uma possibilidade para a repetição da história.  É previsível, em curto ou longo tempo, que deputados, vendo a decisão desatinada que tomaram e as consequências (espero que nada além do que ocorreu ontem) venham a assumir e revelar a verdadeira razão que os motivou a votarem “sim” e, dissimuladamente, pedir desculpas, perdão ao povo brasileiro. E não duvidem: tudo isso em nome de Deus, da família, dos filhos, do país...

O Brasil deve ser o único país com resquícios de colônia no mundo onde investigados por crimes julgam e condenam inocentes, uma contradição sem precedentes. Talvez isso explique por que o princípio jurídico de presunção de inocência esteja cada vez menos sendo considerado pela Justiça e ameaça cair em desuso. Lamentável. 

Assim como os compositores Cazuza e Arnaldo previram 28 anos atrás, não é difícil para ninguém, hoje, com o mínimo de esforço, perceber que o futuro, mais uma vez, poderá repetir o passado, afinal, muitos argumentos e ideias que estão sendo declamadas com tanto clamor podem, certamente, não corresponder aos fatos. Vamos pra frente, porque o tempo não para.

Josevaldo Campos - Jornalista

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Então não sirvo para ser político?

Mais do que nunca as pessoas estão se tornando desesperançosas da política como instrumento e ciência de governança, diante da postura incorreta dos representantes políticos para lidar com as verdadeiras necessidades do povo, tarefa para a qual foram eleitos através do voto.

Toda essa movimentação que acontece atualmente na política do país (e se estende para as ruas) criou também, contudo, a meu ver, um momento oportuno para que os políticos repensem suas posturas. Não é de hoje, evidentemente, mas o Brasil urge, clama por uma conduta decente, por um modus operandi comprometido com o desenvolvimento da nação por parte do homem público e político.


Fico a observar o comportamento antagônico dos chamados políticos de Oposição e de Situação. Consta na história que essa dicotomia de posicionamento político-ideológico existe desde sempre, e que já em meados do século XIX, quando ainda nem era possível denominar agrupamentos como partidos políticos, essa rivalidade já existia, o que, para mim, não justifica sua existência, pelo contrário, prova o quanto essa postura é ultrapassada e quase nada tem rendido para o povo.


Talvez a palavra que melhor descreverá minha opinião seja ingenuidade, porque eu acredito que a existência desta separação, desta guerra entre partidos e políticos com mandato seja desnecessária. E digo mais. O jogo de interesses que posiciona um mandatário de um lado ou do outro é genuinamente falso, forjado, haja vista a velocidade e facilidade com que um político troca de lado, de discurso e de cara. Definitivamente, coerência é uma palavra, uma concordância simétrica entre ideias e ações que anda em desuso na política brasileira, se é que esta um dia já fora usada.


Os inúmeros desafios que o país enfrenta há muito exigem dos políticos outra postura, maturidade e seriedade. Não há conceito dentro da Política que possa justificar a guerra, a falta de ética e o descomprometimento que se trava dentro dos plenários legislativos Brasil afora. E é de dentro desse espaço conflituoso e quase sempre improdutivo que nasce, paradoxalmente, minha ingenuidade, por defender que as posições partidárias contrárias, as oposições e situações a governos poderiam, sim, marcharem juntas e propor, conjuntamente, soluções para os desafios que estão postos. 


O cenário é tão geral, homogêneo que fica difícil destacar alguma exceção. Qualquer político que proponha caminhos dentro desse viés “ingênuo” que ora apresento será taxado de louco, demagogo e hipócrita, e será classificado pelo povo como alguém que não serve para ser político, sendo, ligeiramente, eliminado do rol dos eleitos, dos escolhidos.


É claro que tudo isso também tem muito a ver com instrução educativa. Não digo do político eleito, mas do povo que o elegeu. Não fomos (e nem estamos sendo) educados corretamente para viver em sociedade, tendo ciência dos nossos direitos e deveres. Estamos, sim, cada dia mais, nos tornando seres inconscientes do que é certo ou errado, e o resultado é que estamos, todos, ajudando a construir uma sociedade cada vez mais deficiente e com padrões incomuns e condutas esdrúxulas.  


Com algum esforço, eu até consigo visualizar a existência da dita Oposição e Situação, inclusive como crucial à manutenção da Democracia, do direito ao contraditório, por assim dizer, mas com postura que lance o olhar para as carências do povo e não para os interesses pessoais e /ou políticos-partidário-politiqueiros. 

Eu vejo diálogo entre políticos e partidos, sem que isso signifique, obrigatoriamente, abrir mão de ideologias pessoais e das razões de existir de cada um. A nossa Democracia, enquanto regime político, prevê a participação de todos, a união de forças em prol do bem-estar social, e não a composição de um campo de batalha onde só se semeia a discórdia e se colhe frustração.


Então eu lhes pergunto: desejar essa mudança significa que não sirvo para ser político?

Josevaldo Campos – Jornalista


*O termo “político” adotado neste texto refere-se àquele (a) que exerce a política partidária.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Conservação ambiental é tema de encontro entre Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha e moradores da Queimada do Raso

O jornalista Josevaldo Campos, editor de Retratos Avessos, é também membro do Cojec
A preocupação com a conservação do meio ambiente, em especial com as questões relacionadas ao aquecimento global e a poluição têm sido pauta na agenda mundial, mas os resultados práticos ainda são modestos diante da tragédia ambiental que acontece diariamente.

Foi essa situação urgente e alarmante que fez com que o Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha (Cojec) colocasse na agenda de ações os cuidados com o meio ambiente como uma das prioridades a serem trabalhadas em 2016. 

Em dezembro, o grupo realizou uma ação ambiental em uma cachoeira existente na comunidade
Na tarde deste domingo (14 fevereiro), o grupo retornou ao povoado da Queimada do Raso para dialogar com os moradores através da Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da localidade. A visita foi um segundo momento da ação ambiental que foi realizada pelo Cojec em dezembro na Cachoeirinha existente na comunidade. 

Durante o bate-papo, o Coletivo falou sobre conservação ambiental, abordando com os moradores temas como a importância da preservação de rios e matas ciliares, aquecimento global, mudança climática, efeitos negativos do desmatamento e patrimônio natural.


Seu Francisco, conhecido por todos como Quinho, é morador da comunidade e assistiu atento todas as informações passadas pelos jovens. Ele disse que a intervenção que foi realizada na cachoeira ficou muito bonita, com a limpeza do local, implantação de lixeiras recicladas e instalação de placas com mensagens educativas. “Eu vi lá, mas não sabia quem tinha feito. Muito obrigado, a palestra de vocês foi muito boa, eu nem conversava nada na hora pra não perder o que vocês estavam falando, e pode contar com a gente para o que vocês precisarem”, disse, agradecido.


O jornalista Josevaldo Campos (destaque) levou as principais informações sobre o tema discutido com os moradores
Iranice, presidente da associação, falou sobre a importância das duas ações realizadas na Queimada do Raso e, assim como muitos dos associados presentes, agradeceu a escolha da comunidade. A proposta do Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha é ampliar a discussão para outros povoados da cidade. O grupo foi representado pelos jovens Eduardo do Sindicato, Eusébio Andrade, Layane Moura, Renata Massênio, Josevaldo Campos e Melissa Bonfim.

Josevaldo Campos, jornalista, jovem, membro do Cojec

sábado, 16 de janeiro de 2016

O dia em que Tucano pediu fim à violência contra as mulheres


Combater a violência contra as mulheres é uma luta de todos

Tucano amanheceu diferente nesta sexta-feira, 15 de janeiro. Um tom laranja tomou conta da histórica Praça da Caixa D’água e encheu de movimento as principais avenidas do centro da cidade. Mulheres, homens, de todas as idades, caminharam em reivindicação ao fim da violência contra a mulher, uma violência sorrateira que não escolhe cor, não escolhe condição econômica nem orientação sexual.

Cada passo dado tinha como objetivo provocar a sociedade tucanense e o poder público para a criação de espaços de denúncia, ajuda e proteção, até porque como bem dizia uma das faixas ostentadas no percurso, “sociedade que se cala é sociedade omissa”.


Puxado pelo Coletivo Por um Futuro Laranja, o movimento reuniu muita gente. O laranja predominante, a propósito, que aguçou a curiosidade de muitos, inclusive a minha, deve-se ao fato de ser a cor escolhida pelas Nações Unidas para evocar a solidariedade às mulheres, sejam adultas, adolescentes ou crianças, vítimas da violência no mundo inteiro, além de também ser uma cor que retrata a energia necessária para que elas superem as situações violentas, explicava um manifesto distribuído aos participantes e ao gestor do município durante a passeata.


Recentes acontecimentos em Tucano contribuíram para suscitar este dia histórico na cidade. Mas a luta é muito mais ampla, alerta a organização.  A professora Valquíria Lima da Silva, membro do Coletivo, lembra que a violência contra a mulher não é um privilégio dos tempos modernos.  “São cinco séculos de educação machista. Uma sociedade que se funda, que tem na base do seu alicerce a violência contra a mulher, não desenraíza nem desconstrói isso tão rapidamente. É preciso que todos nós demos as mãos e os braços na luta contra esse problema histórico da sociedade brasileira”, pontua.

Dona Orlene Pimentel, 52, compreendeu a importância do momento e atendeu ao chamado: foi pra rua! O sentimento dela se multiplicava em centenas de corações que pulsavam esperançosos dentro da passeata. “Eu sou totalmente a favor da luta contra a violência contra a mulher, porque mulher merece respeito, merece carinho e isso não pode acontecer. Violência nunca, nem psicológica, nunca, jamais violência contra a mulher. Eu vim com todo o meu carinho, com todo o meu amor”, relata, orgulhosa, e vestindo, como todos por ali, a camisa do movimento.


O movimento defende a criação de alguns espaços públicos específicos nos municípios, como delegacias especializadas, centros de referência, casas de passagem e profissionais capacitados para atendimento a mulheres em situação de violência, e os classificam como essenciais para que se possa avançar na luta e garantir às mulheres o direito à vida.

No entanto, defende Valquíria, a mudança estruturante só virá depois que o tema adentrar as salas de aula de forma enérgica. “Como educadora, eu acredito que nós precisamos ocupar as escolas. É preciso que os currículos escolares comecem a traduzir essa insatisfação, essa agonia que é a violência contra a mulher, para que a gente possa reeducar as nossas crianças e os nossos jovens, até porque desconstruir é mais difícil que construir, principalmente quando essa construção já tem 500 anos”.


Como está dito no próprio manifesto, a passeata foi o primeiro passo e todos querem mais do que justiça pelas mulheres que já morreram, mas, principalmente, respeito pelas mulheres que estão vivas.

Tomara que a iniciativa de Tucano seja multiplicada em outras cidades, em outros estados e de forma contagiosa. Porque quando todos gritarem, a violência contra a mulher será a única sufocada da história.

Josevaldo Campos
Fotos: Ricardo Luiz, Óieu e Retratos Avessos

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Euclides da Cunha é uma jovem e mulher


Tomou posse na manhã desta segunda-feira (04) a nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Euclides da Cunha (STTR), a jovem Elaine Silva. É a primeira vez na história da entidade que uma mulher e jovem assume o cargo.

Durante a sua fala, a presidente agradeceu cada associado que foi até a sede do sindicato para votar nela e disse que pretende fortalecer ainda mais o trabalho de base realizado pelo sindicato com os agricultores e agricultoras rurais. “O que eu puder fazer, fortalecer e defender a nossa categoria eu vou fazer, e eu digo a nossa categoria porque sou trabalhadora rural e sou da agricultura igual a vocês. Muito obrigada. Garanto a vocês que vou fazer valer a confiança que vocês me deram”, disse a jovem.

Com apenas 27 anos e moradora da comunidade Fazenda Mata, Elaine é associada ao STTR desde 2008 e, a partir de 2012, assumiu o cargo de secretária de mulheres. Casada e mãe de uma menina, ela também integra, desde 2008, o quadro de jovens do Coletivo Regional de Juventude e Participação Social (CRJPS), na base de Euclides da Cunha.



Para o coordenador geral do CRJPS, Dailson Andrade, a ascensão da jovem representa um momento importantíssimo na luta pelo empoderamento da juventude e possui uma simbologia muito forte para as mulheres. “Ver uma jovem trabalhadora rural, negra, daqui e mãe de família, porque Elaine podia entrar nas estatísticas de mulheres que engravidaram, ela não foi gravidez indesejada, foi gravidez planejada com seu esposo, mas ela podia entrar nas estatísticas de muitas que saem, engravidam, largam a vida, se isolam da sociedade e ficam dentro de casa sendo empregadas de seus maridos. É um símbolo Elaine ser presidente por causa disso”, avaliou Dailson.

CRJPS


sábado, 19 de dezembro de 2015

Jovens querem curso técnico em enfermagem e agropecuária no IFBA de Euclides da Cunha


Representantes dos Coletivos de Jovens de Euclides da Cunha (Cojec), Tucano (Coaj) e Quijingue (CMJQ) se reuniram na tarde desta sexta-feira (18) com o diretor do campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) de Euclides da Cunha, Antonio Adolfo Mendes, para entregar um documento onde o grupo formaliza à reitoria uma proposta de criação dos cursos técnico em agropecuária e técnico em enfermagem para serem ofertados no local.



Atualmente, o campus oferece formação técnica em edificações e informática. Segundo os jovens, mesmo havendo demanda para estas modalidades, os cursos não representam a realidade do município nem da região bem como o desejo da juventude, público alvo principal da instituição. “O município de Euclides da Cunha possui sua maior economia baseada na atividade agropecuária e possui uma população de mais de 26 mil jovens, o que corresponde a 46% do número total de habitantes. Além disso, em todos os encontros oficiais de juventude e de juventude rural, a proposta de disponibilização de cursos técnicos nestas duas áreas [agropecuária e enfermagem] específicas é, sem exceção, sempre aprovada por unanimidade. Entretanto, para os cursos já aprovados para Euclides da Cunha, o Coletivo Regional, que participa de todos estes encontros democráticos de diálogo, não possui registro de reivindicação nem de aprovação para os mesmos”, aponta o documento.

Durante a reunião, os jovens falaram sobre a criação da Lei de ATER, que instituiu a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) e a recente Chamada Pública para execução do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PRONATER, medidas que têm estimulado a abertura de vagas de trabalho e de geração de renda para jovens com formação técnica em agropecuária. “O curso técnico oferece respostas ao mercado em menor tempo que a graduação regular, o que desperta o interesse da maior parte dos jovens, pois muitos são agricultores rurais em atividade, e preenche com maior prontidão e menor tempo a oferta de vagas de trabalho em toda a região”, diz o documento.

Em relação ao curso técnico em enfermagem proposto, o grupo explicou para o diretor que atualmente diversos jovens dos três municípios são obrigados a arcar com o pagamento de mensalidades em uma instituição privada, mesmo sem terem condições. “Os esforços para manterem as parcelas em dia, para aqueles que conseguem, são sobrenaturais e todos nutrem a esperança de que o IFBA possa disponibilizar um curso gratuito na área”, explicam.



Para o diretor, a reivindicação dos Coletivos de Jovens é oportuna, principalmente frente à possibilidade de Euclides da Cunha sediar um curso de medicina, o que demandaria profissionais também na área de enfermagem, mas alertou sobre as dificuldades de se instalar qualquer um dos dois cursos, especialmente pela necessidade de bons laboratórios.

Segundo Adolfo, em janeiro de 2016 deve acontecer uma segunda audiência para tratar dos cursos em andamento. Os Coletivos de Jovens dos três municípios já informaram que participarão do encontro e que mobilizarão a juventude para lutar pela implantação dos cursos técnicos em enfermagem e em agropecuária. “Um investimento de tamanha importância como é o campus do IFBA em Euclides da Cunha não pode deixar a desejar justamente naquilo que é a essência da instituição, de promover formação técnica de qualidade e condizente com a realidade local e regional. Temos a convicta certeza de que esta demanda será devidamente analisada e encaminhada a quem mais é de direito, a fim de garantir que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia campus Euclides da Cunha possa futuramente representar na história da região um grande ícone fomentador do desenvolvimento social e econômico dos cidadãos pertencentes às cidades beneficiadas, e cumprindo, assim, o que está previsto na missão da Instituição”, complementa a carta.

O documento será encaminhado pela diretoria do IFBA ao reitor Prof. Renato da Anunciação Filho. Na oportunidade, os jovens informaram que também realizarão uma pesquisa de satisfação com os estudantes acerca dos cursos hoje ofertados e farão um abaixo-assinado nos três municípios para endossar a reivindicação.



Ao término da reunião, os jovens fizeram um passeio de reconhecimento pelas instalações do campus a convite do diretor.

Os Coletivos de Jovens de Euclides da Cunha, Tucano e Quijingue integram o Coletivo Regional de Juventude e Participação Social (CRJPS), entidade sem fins lucrativos, formada e gerida por jovens de quatro territórios de Identidade da Bahia e que tem por missão contribuir com o processo permanente de organização social da juventude, com vistas à sua inserção econômica, cultural, política e socioambiental.

Josevaldo Campos






terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Coletivo de Jovens promove coleta de lixo e conscientização ambiental em cachoeira da cidade

O Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha (Cojec) recolheu durante a manhã deste domingo (13) uma quantidade inacreditável de lixo que foi jogado por visitantes em toda a área da Cachoeirinha da Queimada do Raso, em Euclides da Cunha.

A ação contou com a participação de 25 jovens, a maior parte integrante do Cojec, além de moradores e visitantes que abraçaram a ideia e colocaram a mão na massa, ou melhor, no lixo.



Recém-chegada no Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha, Emily Almeida, 16, experimentou sua primeira ação prática e afirmou ter gostado do que viu, e, principalmente, do que ela pôde fazer pela natureza. “É realmente interessante, é realmente motivador você fazer uma ação como essa, porque nem todas as pessoas que chegam e jogam o lixo aqui voltam para pegar, então esta ação que estamos fazendo agora espero que seja resultante, que continue não só a gente vindo aqui para limpar, mas que as pessoas que jogarem seus lixos se conscientizem e levem ele embora”, disse a jovem.


Além de recolher o lixo que desequilibrava a beleza do local, os jovens plantaram mudas de árvores nativas da caatinga, colocaram placas com mensagens sobre preservação ambiental e instalaram duas lixeiras produzidas com pneus. Quando o grupo chegou ao local, seu Ademir dos Santos Costa, 47, lançou olhares curiosos para toda aquela movimentação. Minutos depois, ele já estava com um saco na mão e contribuindo com a ação. “Quando chego de São Paulo é o primeiro lugar que venho visitar para ‘dar uma refrescada’. A ação deu outro visual no local”, avaliou.


Vitor Silva tem 15 anos e é filho de seu Ademir. Assim como o pai, ele também se sensibilizou com a atitude dos jovens e se juntou ao grupo. “É bom ajudar a natureza e preservar o meio ambiente, porque muitas matas tão morrendo aí por causa disso. Achei bacana, legal”, elogiou.



Para o Cojec, as palavras do pequeno Vitor exemplificam com precisão o objetivo da ação ambiental naquele espaço: provocar na sociedade o espírito de preservação e de respeito com o meio ambiente. “Só de você vê esse local aqui como ele estava antes da gente chegar para agora, a atmosfera daqui já é outra. Vocês podem observar que não tem mais lixo aqui ao redor. Essa é uma questão educativa. Parabéns pela atitude de vocês, que isso cresça e que vire um hábito”, disse Regis Cabral Mendonça, técnico agropecuária que participou da ação depois que ficou sabendo pelo Facebook.


Josevaldo Campos, jornalista, membro do Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha (Cojec).


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Jovens de Euclides da Cunha farão ação ambiental na Cachoeirinha da Queimada do Raso

No próximo domingo, dia 13 de dezembro, um grupo de jovens de Euclides da Cunha abrirá mão de acordar mais tarde, desfrutar de uma manhã de domingo e lazer com a família ou entre amigos para realizar uma ação ambiental na Cachoeirinha da Queimada do Raso, local distante 09 km do centro da cidade.

Os jovens fazem parte do Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha (Cojec), grupo organizado e que integra o Coletivo Regional de Juventude e Participação Social (CRJPS). No local, o grupo vai recolher o lixo que foi deixado pelos visitantes, inserir lixeiras produzidas com pneus e fixar placas com mensagens educativas pedindo à população que preserve o espaço.

Com beleza deslumbrante, a Cahoeirinha, como é popularmente conhecida, é cercada por vegetação nativa e formações rochosas e fica localizada em uma propriedade particular. Os jovens sairão da Praça da Juventude às 5h30 de bicicleta e com destino ao local da ação. A intervenção é aberta para quem quiser acompanhar e é a primeira que os jovens realizarão na cidade para incentivar a preservação ambiental.

A ação conta também com o apoio da Comac, Material de Construção Senhor do Bonfim e ConstruShop, que contribuíram com a doação de tintas e madeiras para confecção das lixeiras e placas, além do Barbosa Pneus e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Euclides da Cunha.



Se você tiver interesse em apoiar as iniciativas do Cojec ou receber mais informações, envie um e-mail para cojec.crjps@gmail.com. Curta também nossa página no Facebook (www.facebook.com/cojec).

CRJPS – O Coletivo Regional de Juventude e Participação Social é uma entidade sem fins lucrativos, formada e gerida por jovens de quatro territórios de Identidade da Bahia e que tem por missão contribuir com o processo permanente de organização social da juventude, com vistas à sua inserção econômica, cultural, política e socioambiental.

COJEC – Formado em 2008, o Coletivo de Jovens de Euclides da Cunha reúne jovens de diversas agremiações, comprometidos com o desenvolvimento social da cidade, promoção da cidadania e o empoderamento da própria juventude.

Josevaldo Campos


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Quarta edição do Sarau na Rua fará referência ao mês da Consciência Negra



A quarta edição do Sarau na Rua já tem data marcada, 28 de novembro (sábado) e fará referência à luta do Movimento Negro, em alusão ao mês da Consciência Negra – Novembro Negro.

Pensado para resgatar, promover e divulgar a cultura local, sob diversas tonalidades artísticas, o Sarau na Rua volta seus olhos multicoloridos e multifacetados para provocar a luta dos afrodescendentes, repudiando a segregação, a desigualdade, a discriminação e o preconceito nas suas diversas formas sorrateiras de se manifestar.

A iniciativa artística, como já é sabido, nasceu em Tucano, fruto da inquietação de alguns jovens do Coletivo Ação Juvenil de Tucano (Coaj), movimento organizado e parte integrante do Coletivo Regional Juventude e Participação Social (CRJPS). 

Não só a cidade de Tucano é majoritariamente branca, como também a cor da pele de quem organiza o Sarau. O diferencial que faz com que os jovens se voltem para a temática e enxerguem uma grande oportunidade de dar visibilidade à causa por meio da arte está nos olhos de quem tenta frear a máquina mortífera do preconceito e da discriminação racial.

Tucano também tem comunidades negras, quilombolas, dizem os mais estudados. Um povo negro que não se reconhece como tal e parte disso se deve à ausência de iniciativas que estimulem o autoconhecimento como negro e a valorização de uma tradição.

Há na internet uma frase atribuída a Paulo Autran que diz o seguinte: “Todo preconceito é fruto da burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceitos é válida”. Referendar o Movimento Negro quando todo o estado da Bahia estará voltado para homenagear o Novembro Negro, a Consciência Negra, é oportuno. E deixa de ser clichê, banal, a partir do momento em que os organizadores decidiram abordar o tema por meio dos três eixos já trabalhados no Sarau: Desigualdade Social, Movimento LGBT e Feminismo. 

Outra novidade vai tornar este dia diferenciado, singular. O artista da terra, Mohzah Nascimento, que conquistou recentemente o primeiro lugar no Festival Metropolitano de Música Vozes da Terra 2015, em Feira de Santana, confirmou presença na noite. Será mais uma voz para ressoar, expandir os gritos de um povo que anseia por liberdade, pelo direito de livremente ser o que ele é.

No dia 28 de novembro, a quarta edição do Sarau na Rua não só vai reunir muita gente de Tucano e cidades vizinhas que já tornaram o evento agenda imperdível, mas também arrecadará alimentos não perecíveis, roupas, brinquedos e livros para doar em comunidades carentes da cidade. Se for de coração e achar justa a causa, doe.

O Sarau na Rua começa às 19h, o palco é livre e multicolorido. Como bem sugere a frase de Paulo Autran, se esta iniciativa contribuir para a diminuição da burrice, da ignorância, terá valido a pena e cumprido o seu papel. Porque o preconceito e a discriminação, sejam eles racial, social ou econômico, terão terminado no dia em que a consciência humana prevalecer sobre todas as outras cores.  

Josevaldo Campos