segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A singela e discreta homofobia

Hoje (01), quando eu estava a caminho do trabalho, um desses jovens que vendem produtos avulsos entrou no coletivo. Ele, que aparentemente lembrava muito o vocalista Léo Santana, da banda Parangolé (só para ilustrar o físico), fez o ritual comum entre esses vendedores: foi distribuindo entre os passageiros mostras dos produtos para depois tentar vendê-los. Quando ele começou a falar, com uma voz mais delicada e sensível, digamos, os olhares cruzados e os risos maledicentes foram automáticos. Sem perder o foco, ele seguiu com suas vendas, enquanto os risos, cada vez mais indiscretos e introspectivos, iam aumentando.
Ele vendeu e desceu. Velhos e novos olhares, antes ocultos retraidamente, voltaram-se para as janelas do veículo, certamente para comprovar através da forma de andar do jovem alguma teoria homofóbica.

Josevaldo Campos

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