terça-feira, 26 de outubro de 2010

Criação do Conselho de Comunicação na Bahia preocupa os falsos comunicadores

A criação do Conselho de Comunicação na Bahia é uma vitória celebrada por aqueles que defendem uma comunicação democrática e ética. Há muito anos, sociedade civil, poder público e veículos de comunicação preocupados com o formato da comunicação no país vêm se reunindo com o intuito de discutir e enumerar propostas para o setor. E estes debates, ao contrário do que se pratica na mídia vigente, têm sido democráticos. Para destacar, dentro do cenário baiano, cito a I Conferência Estadual de Comunicação, realizada em agosto de 2008. Só não participou quem não quis.

A Bahia tem avançado muito no debate da comunicação. Piauí e Alagoas já se preparam para inaugurar seus conselhos. A Assembleia Legislativa do Ceará também aprovou a criação do órgão. A crítica do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, ao sugerir que "isso aparenta ser um movimento concertado entre vários líderes políticos com o intuito de restringir o papel da imprensa" é infundada. Infundada porque as propostas contidas no documento que será encaminhado à apreciação dos deputados estaduais baianos visam tão somente “auxiliar na elaboração de políticas públicas”, como afirmou o secretário de Comunicação, Robison Almeida.

O que estou farto de ver é muita gente, inclusive jornalistas renomados, quer seja pela cômoda manutenção de seus altos salários, quer pela posição imposta pelos veículos onde trabalham, criticando qualquer iniciativa que vise melhorar a comunicação. São profissionais indispostos a debater, a comunicar, e empresas com medo que se crie um modelo de fiscalização que, ainda sem censura, provaria, de forma legal, que elas estão aquém do que se preza denominar de comunicação, no sentido ético e profissional da palavra.

O discurso dos críticos oportunistas é sempre vazio, monossilábico e fácil de identificar. Em geral, resume-se a palavras do tipo “censura”, “cerceamento”, “mordaça”, “afronta” à liberdade de imprensa. Se o modelo de renovação de concessões para rádios e TVs no Brasil fosse metade parecido com o dos Estados Unidos ou da Inglaterra, por exemplo, correríamos o risco de ficar sem estes veículos, salvos por raríssimas exceções.

Representantes de organismos baianos ligados à imprensa, os quais nunca foram vistos nos espaços de debate sobre a democratização da comunicação, sentem-se no direito de sair proferindo, sem ao menos se levantarem de seus tronos, condenações camufladas em um falso moralismo que é de dar medo. Defendo o posicionamento de organizações que desde o começo estão nessa luta, como é o caso da ONG Cipó Comunicação Interativa.

Repito. A criação do Conselho de Comunicação na Bahia é uma vitória celebrada por aqueles que defendem uma comunicação democrática e ética. Para os que sempre praticaram a antiética, tal medida “afronta” suas convicções.

Josevaldo Campos, estudante de comunicação social

2 comentários:

  1. Josa!

    Tudo bem? Adorei ver se blog e perceber o quanto está bem trabalhado e cheio de idéias!

    Estou cm um blog também para desabafar e quem sabe um dia publicar meus versos e poesias.

    Forte abraço!
    bjs

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  2. Não podemos confundir liberdade de imprensa com fazer tudo o que quiser.

    A Bahia fez bem em ser um dos estados pioneiros nessa discussão tão polêmica.

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